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All reviews - Movies (77)

Eu Matei Minha Mãe

Posted : 14 years, 5 months ago on 29 November 2009 05:32 (A review of I Killed My Mother)

O título, o idioma, a edição, o protagonista, roteirista e diretor de “Eu Matei Minha Mãe“(2009) são ‘franceses’ de Quebec, mas isso realmente é só um detalhe. Aos 20 anos Xavier Dolan apresenta seu primeiro longa e tem talento, de sobra.

O filme conta o desprezo do jovem Hubert pela mãe, o estilo cafona, a mediocridade intelectual e seus trejeitos sufocam o jovem que se refugia na casa do namorado e de sua descolada mãe, que namora caras mais novos e aprova o relacionamento do filho com Hubert.

Dolan, entre mostrar o que sabe fazer e a sede de encontrar uma assinatura pessoal, acaba por sobrecarregar o filme com diferente recursos cinematográficos e fazer uma fita tão burlesca quanto a decoração kitsch de sua mãe. Mas funciona, tanto que levou 3 prêmios em Cannes este ano.

O longa é permeado por trechos de cunho documental em preto-e-branco onde Hubert fala de seu amor e ódio pela progenitora, também usa referências literárias na forma de trechos escritos na tela ao invés da narração, cenas freudianas em que corre atrás da mãe vestida de noiva, pedaços de filmes caseiros de quando era pequeno, sequencias de imagens dos acessórios e objetos decorativos da casa onde vive com ela para igualmente sobrecarregar o expectador, uma clássica cena em câmera lenta na pista de uma boate e outra de sexo, tintas e pincéis ao som de Vive La Fete. Parece muita coisa, e é, mas todos esses artifícios são muito bem executados e concedem igualmente força e beleza ao resultado final.


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quem disse que você precisa comprar uma guitarra?

Posted : 14 years, 5 months ago on 29 November 2009 05:31 (A review of It Might Get Loud)

Essa é a cena inicial do filme: Jack White num ambiente bucólico munido de uma par de pregos, uma garrafa de vidro, um pedaço de madeira, fio metálico e um amplificador improvisa um instrumento e dali tira um som e lança: “quem disse que você precisa comprar uma guitarra?”

No documentário “A Todo Volume” Davis Guggenheim explora as raízes musicais, o início da carreira, as predileções e estilos pessoais dos guitarristas do Led Zepelin, U2 e White Stripes e promove um encontro entre os músicos, com a proposta de falar de guitarras elétricas.

O veterano Jimmy Page chama de “guitarra intervention” o fato de antigos proprietários terem deixado uma guitarra na casa para onde sua família mudou quando jovem. Ainda sem muito conhecimento teórico, Jimmy chegou a se apresentar em um programa de tv fazendo skiffle ( melodias simples e rápidas, popular na década de 50, parecido com rockabilly), e quando o apresentador pergunta se ele pretende ser um astro do rock quando crescer, Jimmy responde que quer ser biólogo. Em outro momento fala da necessidade de “Stairway to Heaven” de uma guitarra de dois braços , uma só para o solo.

The Edge aparece como o mais nerd no que diz respeito a processadores elétricos e o aparato de hardware envolvido. Aos 14 anos fez uma guitarra do zero, do talhar a madeira ao jogo de ímã “Não era a melhor guitarra do mundo, mas funcionava”. O guitarrista volta ao prédio de ciências da escola onde se reunia com os outros integrantes do U2, e fala da composição de “Sunday, Bloody Sunday”.

Jack White coloca um vinil de blues, apenas voz e palmas, e certifica a atitude rock’n roll daquela que classifica como sua “canção preferida”: “um homem contra o mundo”. Jack improvisa, para fazer música é necessário conflito e paixão, como o blues, é o mais artesanal dos três guitarristas. Aparece fazendo solo com os dedos sangrandos numa apresentação do Raconteurs.

O documentário, muito bem executado e editado, permea a história pessoal e cenas do encontro dos três tocando juntos e trocando experiências. Dá vontade de ficar por ali curtindo por no mínimo mais duas horas.


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Cinzas e Sangue

Posted : 14 years, 5 months ago on 29 November 2009 05:28 (A review of Cendres et sang)

A atriz francesa Fanny Ardant brilhou em 2002 protagonizando com Catherine Deneuve e Isabelle Huppert o premiado ”8 Femmes” e interpretando Maria Callas em “Callas Forever” mas são muitas as fitas em que atuou desde seu debut em 76. Fanny foi companheira de Truffaut, com quem teve uma filha dois anos antes da morte do cineasta francês, que abordava em seus filmes os temas paixão, a mulher, infância e fidelidade; temas que Ardant retoma em seu primeiro longa “Cendres et Sang“, assinando roteiro e direção.

O filme conta a estória de uma viúva romêna exilada em Marselha com os três filhos que aceita o convite para o casamento da sobrinha apesar dos receios e segredos do passado, e sua volta desencadeia uma série de ritos e ódios enraizados entre três famílias rivais, e o reencontro acaba sendo trágico para todos.

O tema de clãs, tradições e rituais tão locais poderiam afastar o espectador não fosse a excepcional presença da protagonista Judith, uma mulher viceralmente passional e tem em cada filho uma extensão de sua personalidade, a destemência em Pashko, o carisma em Ismael e sagacidade na pequena Mira. E as descendências neste romance original ficam um pouco confusas no meio do filme mas a apreciação dos planos e a vivacidade internas das personagens contidas pelas formalidades sobressai, não creio que seja imaturidade de Ardant, mas uma assinatura, tanto que nos créditos finais a genealogia de cada clã é graficamente desenhada.


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She & Him

Posted : 14 years, 5 months ago on 29 November 2009 05:27 (A review of (500) Days of Summer)

Mark Waters, que depois de dirigir pérolas como “Cinco Evas E Um Adão”, fracasso com Freddie Prinze Jr, e os cafonérrimos: remake de Freak Friday e Mean Girls com Lindsay Lohan, procurou refinar-se no gênero das comédias romanticas e também em seu casting, diga-se de passagem, obtendo sucesso com “Just Like Heaven” com Reese Witherspoon e Mark Ruffalo e “Minhas adoráveis ex Namoradas” Matthew McConaughey. E com toda essa bagagem apostou na produção de “500 Dias com Ela” que é o début do diretor Marc Webb em longa metragens.

Webb é conhecido por seu trabalho como diretor musical, assina, por exemplo, dvds do Green Day, 3 Doors Down e tantas outras bandas que vão de Santana a My Chemical Romance, e este é o know-how que traz para o filme: uma trilha sonora recheada de artista cultuados como: Regina Spektor, The Smiths, Feist, The Clash, Doves, She&Him, Wolfmother, a primeira dama francesa Carla Bruni e até “She’s like the wind” de Patrick Swayze .

“500 Dias com Ela” conta a história de Tom (Joseph Gordon Levitt), que atraves de flashbacks e flashfowards tenta entender o que deu errado em seu relacionamento com Summer (Zooey Deschanel ). Desde sua exibição na Seleçao Oficial de Sundance 2009, a comédia romântica tem sido bastante elogiada pela crítica, assim como a química entre os protagonistas, que pode ser conferida no clipe: “Why Do You Let Me Stay Here?” da banda She & Him.


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mérito absoluto do protagonista.

Posted : 14 years, 5 months ago on 29 November 2009 05:26 (A review of This Is It)

Ex advogado quer honorários, o pai exige pensão, os irmãos estão a vender homenagens, todos continuam, postumamente, a sugar o talento de Michael Jackson, mas se essa era exclusivamente a intenção de Kenny Ortega com “This Is It” não transpareceu.

Ortega foi o coreógrafo de Dirty Dancing(1987) a High School Musical 3 (2008) e premiado por clipes como Material Girl da Madonna, criou o design de “Dangerous World”, que passou por São Paulo em 93 (eu estive lá), e “History World” (1996-97), e repetia a parceria com Michael no que seria sua derradeira turnê. Os ensaios e preparações para as apresentações, porém, documentados pela produção, da escolha dos ubber dançarinos aos testes pirotecnicos, e claro, bastidores, viraram um filme. Dirigido por Ortega, “This Is It” é essencialmente um presente para os fãs.

A aparência frágil e cadavérica de Michael Jackson quase impressiona não fosse o poder da sua voz e o magnetismo de suas coreografias. De temperamento maestral, Michael aparece completamente envolvido com todo e cada aspecto, cada detalhe, sempre preocupado em proporcionar ao público a sublime e grandiosa “experiência do escapismo”, e não aceita menos que a perfeição, ao mesmo tempo, uma figura doce, altruísta, envolvida com as pessoas que os cercam, dos bailarinos aos instrumentistas.

No filme pode-se conferir desde os aparatos mecânico do palco, de elevadores, impulsores, uma gigante aranha mecânica, um imenso trator, a já conhecida grua que leva Michael por cima da platéia em “Beat It”, as produções cinematográficas que acompanhariam “Thriller”, “Smooth Criminal” e “They Don’t Care about Us”, a incrível sincronia de suas coreografias, a parte do show dedicada ao ‘Jackson’s Five’, e entre outras tantas cenas de bastidores, particularmente, uma, em que o diretor se preocupa como marcar um momento de Michael com a platéia, ele diz “eu vou sentir”.

“This Is It” é uma experiência e tanto: mérito absoluto do protagonista.


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Parábola das Gaivotas

Posted : 14 years, 5 months ago on 29 November 2009 05:26 (A review of Looking for Eric)

Aos 73 anos, o diretor inglês Ken Loach apresenta um filme delicioso de assistir; transitando entre a depressão, a violência, a lealdade, os laços de parentesco, expectativas e desilusões, complacência e redenção com incrível frescor. As asperezas e as “lembranças mais bonitas” da vida são traduzidas por Loach com ritmo equilibrado sem excesso de recursos cinematográficos para o induzir o espectador e permite os créditos de “Looking for Eric“(2009) para o roteiro de Paul Laverty.

A trama é bem elaborada, despretensiosa e sem fatalidade de gênero. Refrescante e original, faz rir, emocionar, envolver-se, apreciar, e refletir; refletir sobre seu próprio cotidiano, escolhas, erros e acertos: é impossível não reponder instantâneamente à retóricas como “Quando foi a última vez que você foi feliz?” e “Você já fez algo que se envergonhasse ?”, assim como outras máximas do personagem Eric Cantona, interpretado graciosamente pelo próprio jogador de futebol.

Cantona aparece como ícone de autoconfiança, sucesso e realização pessoal para o protagonista: um ex-dançarino de rock que abandona sua primeira mulher com um bebê quando jovem e que, anos após ser deixado pela segunda esposa, encontra-se frustrado com seu emprego de carteiro e a permissividade cultivada pelos dois enteados. Eric tem como momentos escapistas da mediocridade e insatisfação, as vibrantes partidas de futebol, a euforia e extase que seu ídolo francês proporcionou em sua brilhante passagem pelo Manchester United. O filme alterna ficção com os belos lances reais executados por Cantona, o que deleita espectadores amantes do futebol e deixa o filme mais dinâmico e fácil de gostar.

A partir daí Cantona é um ‘personal motivador’ com suas máximas, frases de efeito, e toda cartilha que poderia ser enxugada de qualquer e todo livro de autoajuda. Começando pelas mais simples decisões como barbear-se e a cada passo entrar mais fundo nas questões individuais escondidas, guardadas ou bloqueadas e libertando esses fantasmas e recuperar o poder de mudar, ao menos, o universo pessoal. no caso de Eric, a relação reconstruída com a mãe de sua filha, a redenção de seus enteados, os riscos assumidos que se tornam possibilidades e a valorização e lealdade dos amigos próximos. Saímos da sessão entretidos e certamente mais otimistas.

Quem conferir o longa pode aguardar nos créditos finais a verídica “parábola das gaivotas” evocada pelo ex-jogador numa coletiva de imprensa, fato que inspirou sagazmente o roteirista indiano.


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substancioso e fascinante

Posted : 14 years, 5 months ago on 29 November 2009 05:25 (A review of Belle de Jour)

Sob perfeito tagline de “Luis Bunuel’s Masterpiece of Erotica!“, o substancioso e fascinante Belle de Jour (1967).

Numa narrativa inquietante, a jovem Catherine Deneuve, ímpar na pele de Severine, é esposa de um cirurgiao a quem ama mas rejeita sexualmente enquanto nutre pensamentos eróticos e escapistas, até que sua inquietude e insatisfaçao a conduzem diariamente a uma maison no período em que seu marido está no trabalho: A Bela da Tarde, altergo realizador de suas fantasias.

Entre seus clientes um industrial masoquista, um asiático sodomista, um duque necrófilo, e o jovem marginal Marcel, personagem que seria um antecessor de Alex Delarge, exceto pela misoginia do protagonista de Laranja Mecanica (1971), mas igualmente contraventor e volátil que se apaixona doentiamente por Belle de Jour. Esse automatismo surrealista de Marcel, ainda que de forma desesperadoramente violenta e gratuita, acaba por sublimar a liberdade de Severine e salvar seu casamento.


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